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As minhas neuras!

...neuras, desabafos, coisas sem nenhum interesse, palavras soltas, cenas assim. Estranhas. Ou não.

As minhas neuras!

...neuras, desabafos, coisas sem nenhum interesse, palavras soltas, cenas assim. Estranhas. Ou não.

14.01.19

Hipocalemia / Hipocaliémia - o meu testemunho ♥

Sentem-se, que isto hoje vai demorar. 
Julgo que não voltarei a falar disto aqui. Finalmente consegui um valor tranquilizante para o potássio. Fará em fevereiro 1 ano que fui internada em obs durante 24h +/- , num hospital público, onde fui maravilhosamente acompanhada e cuidada. Hospital a rebentar pelas costuras no serviço de urgência, mas que perante os meus sintomas não descansaram enquanto não descobriram o que me tinha levado ali. Mulher, 37 anos, clinicamente com palpitações, tonturas desde há 2 dias. Análises ao sangue e o nível de potássio apitou: 2.89 (gasometria) / 3.35 (sangue venoso). Entrei no SU às 12.30h e eram 19h +/- quando me disseram que teria de lá ficar para repôr K+. Fui oficialmente internada, transferida para um quarto, entre cateteres e a pingar gotas de k+ nas veias, monitorizada com ECG. Sim, que o coração tem de ser vigiado permanentemente, com a reposição do potássio. Não me podia levantar da cama, nem para fazer xixi. Passei o sono pelos olhos, com os fios do ECG agarrados a mim. Ao meu lado um Senhor de 80 anos, com um problema idêntico. Apenas os dois no quarto, afastado dos barulhos da confusão de tosses e viroses de quem passou a noite num quarto com mais 20 pessoas. O mundo desabou. O medo instalou-se. Fui forte, tinha de ser, para o meu filho, meu marido e meus pais e irmã. Chorei depois sozinha, de medo. Não estava minimamente à espera, desconhecia por completo o que era hipocaliémia. Ficar internada lixou-me o sistema nervoso todo. Naquela altura só estava a tomar o Actidox para a rosácea. 
Na manhã de domingo deixaram-me tomar um duche. Regressei à cama e continuei o tratamento. Pinga a pinga, o reservatório do K+ começava a ficar meio, mais vazio. Fui observada por enfermeiros e médicos de serviço, a cada hora. Não me largaram. Às 20h +/- ouvi o rumor que me iam dar alta. E confirmou-se. Perante o meu bom estado clinico, não havia necessidade de me manter internada. S
eria depois acompanhada na Medicina Interna, consultas externas. Que felicidade! Ia dormir a casa naquela noite. Ia poder descansar o coração de quem me Ama. O meu filho agarrou-se a mim quando fui ter com ele ao estacionamento. ♥ Meu Amor pequenino. 

Depois... bom, depois foi um ano de muita luta. Muitas análises, ECG's, Doppler renal, a confirmação de que não é nada renal (a minha Mãe já não tem 1 rim), ataques de ansiedade. O sistema nervoso a entrar em alerta máximo. Acho que sofri o chamado Stress pós-traumático. As TA elevadas. As várias vezes em que acordei com o coração acelarado. A ida ao Cardiologista particular. Os medos, fantasmas. A sério. Que luta, meu Deus. Que meses dificeis! A incerteza do valor estar bem ou mal. 
Esta última fase, em que obtive valores novamente baixos (Novembro 3.5, Dezembro 3.5) fez-me tremer de novo. Passar por tudo outra vez? Não quero. Por favor, não! 
Mas a força interior veio de não sei onde. A melhor forma de aumentares o potássio é comer legumes e frutas? Ai sim? Então preparem-se que isto vai "doer"! E foi isto que aconteceu. Prometi a mim mesma que ia ver no que ia dar. Ou vai ou racha.

O aumento considerável de potássio, no meu caso, foi pura e simplesmente, devido à alimentação:

- O sumo de uma laranja + meia natural, preparado todas as manhãs, ao pequeno almoço;

- Legumes o mais verde possível, todos os dias às refeições (e não apenas aquela saladita básica que comia antes), em quantidade abundante. 

- Carne e peixe em porção adequada;

- Mais fruta! Passei a comer mais manga, mamão e papaia. 

Sim. Foi isto que funcionou para mim. De 3.5 passei para 4.0, em pouco mais de 1 mês, com a alimentação teoricamente rica em potássio. Passei a alimentar-me melhor. Passei a querer dar um chuto no cú à hipocaliémia. Se não vai a bem, vai a mal. E há uma frase que sempre me descansou, que ouvi de uma enfermeira: "Descanse, porque se fosse algo de muito grave (tumores renais, ou algo por aí), o valor do potássio nunca voltaria à normalidade. " 
Agora sei como isto é importante. Aquela frase "somos o que comemos", nunca fez tanto sentido para mim. Quero manter esta alimentação. Quero alcançar uma paz, que me foi roubada à quase 1 ano. ♥ E é isto. Virar a página. Até nunca mais. 

Página 14 de 365. ♥ 

 

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